sábado, 28 de maio de 2011

Diferença de idade

Um relacionamento só tem chance de dar certo se existir respeito mútuo, se o casal preservar o respeito à individualidade e souber negociar as diferenças aceitando o outro como ele é.
Nem sempre é possível equilibrar razão e emoção. Principalmente, quando o cupido flecha dois corações de forma avassaladora. Nos dias atuais encontrar casais com grande diferença de idade já não é raro. São muitas as histórias de gente que superou o tempo e o preconceito, e encarou a diferença de idade como um mero detalhe.
Muitos homens maduros e bem sucedidos que se relacionam com mulheres jovens costumam ser questionados, por seus familiares e amigos, para a possibilidade de interesse financeiro. As mulheres têm um instinto que as fazem sentir-se atraídas por homens bem sucedidos na profissão e estabilizados financeiramente, o que significa garantia de um futuro promissor.
Da ficção das telenovelas e do cinema onde atrizes e celebridades se envolvem com rapazes, na vida real muitas mulheres estão assumindo romance com homens mais novos e asseguram que vale a pena enfrentar o preconceito da sociedade, sem se importar com o que falam por aí.
A nossa sociedade aceita que um homem de 50 anos se case com uma mulher de 30, sem nada questionar. Mas, quando uma mulher de 40 anos resolve se relacionar amorosamente com um homem de 20 anos, poucos admitem e, geralmente, ela ainda é alvo de piadas e deboche. Este comportamento antes restrito aos homens, aos poucos, vem sendo assumido por muitas mulheres que dizem valer a pena lutar por um grande amor. Todo mundo sabe que ter a mesma idade não é sinônimo de sucesso no relacionamento.
A sociedade define padrões de comportamento para homens e mulheres e espera que ambos se comportem de acordo com as regras do grupo em que vivem. Viver e pensar de forma diferente daquela a que se está acostumado gera ansiedade, medo e insegurança. O novo sempre assusta. A diferença de idade no amor é um dos inúmeros preconceitos que as pessoas trazem vida a fora e que acabam limitando suas vidas.
E bom  lembrar que é preciso ter bom senso na hora da escolha do par afetivo, caso contrário, passada a euforia, a empolgação e a paixão, surge o risco dos conflitos por causa de crises de ciúmes e insegurança. O ajuste nem sempre é fácil. Mas nem toda relação deste tipo está fadada ao fracasso.
Mas, o que importa mesmo é fazer e ser feliz, sem esquecer que nas questões do amor não existem garantias...
Só é possível saber se vai dar certo, tentando. E por que não?


Diferença de idade ajuda ou atrapalha num relacionamento? 
Diferença de idade ajuda ou atrapalha num relacionamento?

:: Rosana Braga ::

Quero começar citando Manoel Carlos:
O amor não tem idade. Estamos sempre maduros para amar. E não acredito que o amor possa chegar cedo ou tarde. O amor é pontual. Chega sempre na hora certa, seja a hora que for.

Creio que aí já esteja contida a minha resposta. Ou melhor, se a pergunta é ajuda ou atrapalha?, eu diria que ajuda se você ajudar e atrapalha se você atrapalhar. Tudo depende das escolhas que fazemos, do quanto nos comprometemos e do quanto estamos dispostos a assumir nosso amor.

Sei que relacionamentos que fogem do convencional por alguma razão, tendem a causar polêmica, comentários e até represálias por parte da família. Sei também que os amigos e parentes não têm, em princípio, a intenção de nos ver infelizes ou desiludidos. Antes, querem nos proteger de possíveis desafetos, de situações dolorosas, enfim, de qualquer dissabor.
No entanto, ainda assim, se não nos responsabilizarmos por nossa felicidade, por nossa vida íntima, os conselhos podem mais nos atrofiar em meias-verdades do que nos impulsionar a grandes e certeiras conquistas.

No caso de um amor onde a diferença de idade seja notável, sugiro que levemos em conta bem mais as particularidades invisíveis do que os dados efêmeros como os anos. Almas, corações e sentimentos não seguem o mesmo ritmo que o corpo, a pele e os dias de vivência.

Todos nós, certamente, já conhecemos idosos com almas de meninos e jovens com almas velhas e praticamente imprestáveis. Além disso, amar, compartilhar vida e trocar afeto não tem necessariamente a ver com idades equiparadas.
Sei que muitas pessoas alegariam seu veredicto ‘contra’ baseando-se na questão sexual, no quanto o desempenho físico de um pode diminuir antes do outro. Entretanto, também sobre a sexualidade (energia, relação e satisfação sexual) penso que a idade pode realmente não ser o fator preponderante.

Vejo muitos casais com idades próximas que já não se sentem motivados, atraídos e excitados um com o outro. Buscam relacionamentos sexuais extraconjugais ou ressentem-se em si mesmos, deixando que a amargura e a falta de alegria lhes consumam a vivacidade.
Sobre isso, a medicina apresenta diversas alternativas que podem amenizar a diferença. Sem contar que o amor é criativo o suficiente para romper certas barreiras físicas. Enfim, corpos murcham inevitavelmente, mas almas não; podem revivescer facilmente, a qualquer idade, em qualquer tempo, com a chegada do amor!
Portanto, sou a favor da aceleração cardíaca, do friozinho na boca do estômago, da paz que pode haver num abraço, do acolhimento que pode ser encontrado num carinho... Estou certa, completamente certa, de que as relações duradouras não são satisfatórias ou insatisfatórias por causa da vivacidade física ou do desempenho sexual do casal.

Esses são conceitos absolutamente transitórios, relativos e efêmeros. Elas são válidas ou desastrosas de acordo com o quanto se tem de alma e coração nelas. Esta é a receita que dá certo, independentemente das idades cronológicas dos amantes.

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